Muitas religiões trazem consigo conceitos e práticas de meditação que, dependendo do contexto, permitem esvaziar a mente para refletir e ficar zen ou focar sobre algo do mundo externo ou do nosso interior.
No mundo oriental, existe uma prática de meditação conhecida por Zen que leva o praticante à “experiência direta da realidade” por meio da observação da própria mente. A base para este tipo de meditação é o zazen, que significa, literalmente, meditar sentado.
Uma nova forma de meditação
Hoje gostaria de apresentar uma nova técnica de meditação que nos permite conhecer mais profundamente, não a nós mesmos, mas a nossa rede interior e exterior. Ela nos permite descobrir e conhecer melhor aqueles hosts que nos cercam, as suas formas operativas, o que os faz distantes de nós, bem como as portas que estão livres em suas pobres almas, além de outras descobertas.
Caso queira me acompanhar, sinta-se convidado. Começaremos com o zazen – ficaremos sentados em frente ao nosso computador – e empregaremos a técnica – usaremos a ferramenta – ZenMap.
Caso não possua a ferramenta ZenMap em seu computador, sugiro que dê uma olhada neste artigo aqui.
Um dos grandes benefícios da ZenMap é que ela vem recheada de mantras (ver Figura 1), tornando a meditação, tanto para o iniciante quanto para o experiente, ainda mais fácil e prática. Você perceberá que os resultados virão em poucos minutos.

Será fácil perceber que, na prática, em contraste com outras modalidades de meditação, essa é bem diferente, pois precisamos manter os olhos bem abertos e não há necessidade de fazermos silêncio.
Os Mantras
Vamos dar início à nossa meditação. Comece devagar e execute um mantra de cada vez:
Mantra #1 – Ping Scan
Esse é o primeiro estágio da meditação. Com este mantra podemos sentir a presença dos hosts que nos cercam em nossa rede.
Configure em “Target” a sua rede, selecione “Ping Scan” no Profile e pressione o botão Scan. Observe na aba “Nmap Output” a detecção da presença de 4 hosts (Figura 2).

Na aba “Topology” temos uma visão topológica dos hosts tendo nós como centro (Figura 3).

Mantra #2 – Traceroute
O próximo mantra permite-nos descobrir o quão distante outros hosts estão de nós. Faremos isso com o nmap.org. Selecione “Quick Traceroute” no Profile, ponha o nmap.org em “Target” e, mais uma vez, pressione o botão Scan.
Ainda na aba “Topology” vemos a presença do novo host e sua distância (em hops) em relação ao localhost (Figura 4).

Mantra #3 – Scan de Sistema Operacional
Com esse mantra descobrimos porque o host alvo se comporta como tal, isto é, descobrimos qual a sua forma operativa (Sistema Operacional).
Em “Profile”, selecione Intense Scan e realize o scan. Após a conclusão da meditação, vá até a aba “Host Details” e note a presença dos pinguins, indicando que o SO do alvo é uma distribuição Linux (Figura 5).

Mantra #4 – Scan abrangente
Para concluir a nossa primeira aula de meditação, trago aqui um mantra mais abrangente e mais sensitivo que os demais. Ele nos permite descobrir completamente o que se passa no host, independente da distância que o separa de nós.
Dessa vez, teremos como “Target” o scanme.nmap.org. Vamos escolher o “Profile” Slow comprehensive scan e apertar o play. Por ser uma mantra mais detalhista, requer mais tempo de meditação. Aguarde um pouco e os resultados aos poucos aparecerão.
Na figura a seguir vemos como o novo host se enquadra na topologia.

Podemos encontrar detalhes sobre o alvo na aba “Host Details”.

E na aba “Port / Hosts” vemos, em detalhes, que portas da alma estão abertas ou fechadas.

E agora?
Caso queira salvar os resultados de sua meditação vá no menu Scan → Save All Scans to Directory.
Se quiser aprender, passo a passo, sobre este método de mapeamento “zen” de redes dá uma olhadinha no curso Mapeando Redes com Zenmap.
Nos vemos no próximo artigo.